Tuesday, April 14, 2009


relato de professora( nome fictício) em situação de readaptação;
Sara( professora em situação de readaptação por voz )

“Eu estou muito melhor agora mas queria estar na escola do outro lado.
É duro para mim.
Minha vida mudou , não imaginava que ia dar nisso.
O motivo de minha readaptação foi a voz e eu tive que assumir outra função na escola. Só sabia dar aulas e trabalhar em outra função foi o fim para mim.
Vejo as colegas cantando no pátio e penso: “bobocas parem com isso! Ponham um CD” mas a coordenadora pega no pé delas e elas tem que mostrar serviço.. Eu só assisto. Vou me intrometer?
Não é que eu deseje isso para os outros mas ninguém merece ficar com esse problema. Lecionei por 15 anos mas fiquei incapacitada na escola.
Não bebo, nunca fumei em minha vida, sempre fui controlada com o uso de bebidas e sorvetes.
Todo mundo pensa que quem tem problema de voz é porque gritava muito mas no meu caso não foi.
Eu não fui ensinada a usar a voz corretamente e não havia cursos para isso na faculdade de pedagogia.
Há muitos professores e chefes despreparados e quem não está em sala de aula não sabe o que é isso.
Há todo um ritual com a voz mas agora para mim é tarde.
Tenho uma mágoa comigo mesma mas vou prosseguir.”
Sara não fala de sua profissão de professora mas afirma que só sabia dar aulas.
Ela entende sua condição como castigo e embora não tenha gritado ou feito uso de bebidas geladas ou fumo, foi castigada.
Analisar o conteúdo da fala de Sara nos leva a entender a perda da identidade de um profissional readaptado.
O corpo de Sara sofre a falta de “ensinamentos’.
Sara ficou 15 anos em sala de aula e agora esta exercendo outra função na escola. Pergunta: Sara se aposenta com 25 anos de serviço ou não?
Segundo informações da BCPREV, não. Seria?
Será que Sara sabe disso? Estamos muito mal informados, a competência dessas informações cabem a quem? RH? Secretaria? BCPREV?Diretores?Coordenadores? Tem muito mais casos por ai... Desejamos que a gestão atual, seja diferente da anterior e se preocupe em fornecer informações, para que os funcionários não se prejudiquem no futuro na fase de aposentadoria, por falta de informação ou "má fé" nas informações concedidas..